quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DO PROFANO PARA O DIVINO – DO OUTRO LADO DA COVA - - Por Tatiana Tieme Yano

O cemitério traz um grande paradigma para as pessoas, por ser um local onde os corpos sem vida são depositados. Talvez o medo, mal estar de estar ou ir ao cemitério refere-se ao conjunto de pensamentos e sentimentos negativos que as pessoas vibram ao dirigir-se e estar no local. Isso acaba gerando um holopensene*de tristeza, devido ao parente/amigo que morreu na visão da maioria. Toma-se uma sensação de melancolia pela falta de crença ou esclarecimento, acreditando que houve realmente a morte eterna e que nunca mais se encontrarão.

Por tal motivo o cemitério em uma visão profana é sinônimo de um recinto “pesado” energeticamente, triste e habitado por almas penadas, espíritos sofredores e perdidos.

Esse contexto está presente em muitas mentes umbandistas com certo grau de esclarecimento sobre espíritos ou o próprio ponto de força. Quantas vezes não ouvimos dizer que ir ao cemitério pode ser perigoso para o médium, pois é um atrator natural de cargas e lá há muitos espíritos sofredores que se ligarão. Claro que se ligarão à aqueles que se colocarem no campo santo de uma forma profana ou com sentimentos e pensamentos negativos, afinal os afins sempre se atraem.

Mas para aquele umbandista, esclarecido, que no seu terreiro cultua o Pai Obaluaê e o Pai Omolu deveria encarar a ida ao campo santo como um ato religioso divino,pois ao entrar está pisando em solo sagrado, em mais um divino ponto de força do nosso amado divino Criador, assim como o mar, a cachoeira, as matas, pedreiras, etc.

O cemitério é o ponto de força natural do querido Papai Obaluaê e Papai Omolu.

Pai Obaluaê, senhor das passagens, transmutador de tudo na vida. Da morte do corpo físico para o corpo espiritual, assim vice-versa. Sr. das passagens, da doença para a cura, do ódio para o amor, da busca de dias melhores, etc. Na Umbanda chamado como Sr. das almas, traz a todos uma enorme calmaria, um bem estar e bastante estabilidade. E postando-se de uma forma e atitude sagrada, quando aquietamo-nos no cemitério sentimos essa mesma sensação, silenciosa e calma. É nítida a semelhança do local (ponto de força) com o Orixá, pois os dois são unos e se completam.

Há também a força do Orixá Omolu, Sr. da morte, paralisador de tudo que chegou ao ponto determinado perante a Lei Maior. Sua qualidade paralisante é um meio de “parar” tudo e todos que estiverem criando e gerando em caminho inverso, oposto e desvirtuado ao Divino Todo. Omolu corta nossa ligação material para espiritual (desencarne), pune aqueles que atentaram e desvirtuaram-se na vida, Orixá guardião divino dos espíritos caídos. Um paizão que também nos ajuda a dar o fim aos nossos vícios, a morte à ignorância, morte ao ego e a vaidade.

Por todos esses motivos não devemos temer esse local sagrado e os Orixás regentes desse magnífico ponto de força. Uma oferenda, oração realizada desencadeia um processo extremamente positivo para todos que se colocarem em respeito e principalmente de coração aberto e puro para receber a bênção.

Ao entrar no campo santo, cruzem o solo em reverência às forças do alto, embaixo, esquerda, direita, e que o lado sagrado abra-se para você naquele momento. Peça licença aos Srs. Orixás Obaluaê, Omolu, Iansã das almas e Ogum Megê. Também aos senhores exus e pombagiras da porteira.

Façam aquilo que tiver que fazer, com amor, dedicação e respeito. E sintam-se agradecidos por serem umbandistas, por ter essa oportunidade maravilhosa que é de louvar nossos pais e mães orixás em seus pontos sagrados. E tristeza, pra que no cemitério? Afinal nunca morremos, apenas passamos de um estágio para o outro.

Holopensene: Atmosfera psíquica do ambiente, resultado da somatória dos pensamentos e energia das pessoas que o frequentam. É a “aura coletiva” do lugar em questão. Esse tipo de designação é muito utilizada na conscienciologia e na projeciologia.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

AO MISTÉRIO EXÚ CAVEIRA - UM BRINDE A MORTE!!!


Pelo seu sorriso que encanta e acalenta o final de todos os ciclos.

Pelo seu toque, que cria condições para que tudo possa renascer.

Pela doçura do medo que vós desperta, em todos aqueles que se iludem com o ato de viver. Pela oportunidade que ecoa da escuridão do seu manto ébano.

Neste momento, presente e sublime, erguemos o cálice da consciência, brin...dando a morte!

Pela morte de todos os nossos vícios: emocionais, mentais, espirituais, condicionais, sociais e materiais. Sejam eles de ordem química ou energética.

Um brinde! Pela morte de tudo aquilo que atenta contra a nossa vida e a de nossos semelhantes: as magias negras, os bruxedos, as feitiçarias, as maldições, as amarrações, os envultamentos, os cruzamentos, as fofocas, as dissimulações, as traições e as maledicências.

Um brinde! Pela morte de todos os processos religiosos, espirituais e mediúnicos que são distorcidos, engessados e manipulados contra a humanidade.

Um brinde! Pela morte de toda violência, física e espiritual que é propagada pelo mundo.

Um brinde! Pela morte dos desajustados, desequilibrados, insanos, corruptos, manipuladores e enganadores, que usam do caminho espiritual e religioso para lubridiar, atormentar, tomar e corromper aqueles que buscam ajuda e conforto espiritual.

Um brinde! Pela morte de todos os impulsos, reações e reatividades, daqueles que atentam contra a vida ainda no ventre materno.

Um brinde! Pela morte da covardia, da ignorância e do ódio gerado e colhido dentro do seio familiar.

Um brinde! E após o sétimo brinde, ofertado ao poder Exu Caveira, que a morte possa se instalar e se propagar em nossas vidas, paralisando os nossos bloqueios, os ressentimentos, as amarguras, as frustrações, as depressões e as inquietações. Fazendo com que a nossa sombra interior seja lapidada, afinando o nosso ego, gastando o nosso orgulho e ceifando a vaidade desenfreada.

Que o Senhor da Morte, reine absoluto em nossos caminhos, nos mostrando o verdadeiro sentido da Vida!

Laroyê Exu Caveira!

domingo, 16 de outubro de 2011

A Conduta nos Templos Umbandistas - Por Sandra Alves

O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão espiritual depende, em grande parte,da concentração e da postura de médiuns e assistentes presentes.


Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais,e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo,orientação e segurança daqueles que, ou buscam ali a solução ou o abrandamento de seus males,ou dos que emprestam sua estrutura física para servirem de veículos à prática da caridade.


Apesar disto, alguns participantes julgam que, por tratar-se de culto de invocação,não se deve dar a devida atenção e respeito aos trabalhos espirituais.


Conversas paralelas, algazarras, exibicionismos, bajulações, fofocas, má índole etc.,atraem e “alimentam” os kiumbas desqualificados, que,aproveitando-se das vibrações negativas emanadas por estas pessoas,desarmonizam e quebram a esfera fluídica positiva,comprometendo assim os trabalhos assistenciais.


Devemos lembrar que o silêncio e a pureza de pensamentos são essenciais ao exercício da fé.Infelizmente, alguns assistentes, e mesmo alguns médiuns dirigirem-se desrespeitosamente aos espíritos trabalhadores.


Debocham de suas características e duvidam de sua eficiência.

Entretanto, quando passam por uma série de sofrimentos físicos e espirituais,tendo recorrido inclusive a médicos, sem êxito,recorrem àqueles mesmos espíritos que outrora foram alvos de sua indiferença.


Restabelecidos, atribuem sua melhora ao acaso.


Devem, médiuns e assistentes,observar o silêncio e o pensamento em situações ou coisas que representem fluídos do bem.


Este procedimento tem como conseqüência à irmanação energética com os espíritos,decorrendo daí o derramamento sobre o terreiro do elixir etéreo da paz e da fraternidade.


O que se consegue do mundo astral é, antes de tudo,fruto da bondade e do merecimento de cada um.


A conduta reta e positiva deve ser a tônica em um templo umbandista,para que os Guias e Protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante sementes de bondade, amor e proteção.


A homogeneidade de pensamentos é instrumento de poder do ser humano,rumo a concretização de seus desejos,sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros em uma Casa de Umbanda.






sábado, 15 de outubro de 2011

NOSSA HISTÓRIA - POR RODRIGO QUEIRÓZ

Um som envolvente ecoava pelos terreiros deste Brasil, atraindo milhares de pessoas do simples ao abastado, do doutor ao iletrado, todos com suas aflições e dores buscavam nas casinhas do tambor a orientação, e quem sabe a cura para seus males.



Este movimento chamou atenção de um jovem jornalista carioca chamado João do Rio, visitando tendas, terreiros e ylês, lançava semanalmente em sua coluna crônicas sobre este universo “não” cristão.


Em 1906, João do Rio lança seu centenário livro Religiões do Rio, que é uma junção de seus textos e experiências. Lá encontramos relatos de várias vertentes religiosas como o Catimbó, Macumba, Xangô, Candomblé e outras. Contudo, nada consta sobre Umbanda.


Claro que não constaria. Talvez se ele tivesse esperado mais dois anos lá estaria alguma citação, provavelmente da origem, Zélio Fernandino de Moraes, o fundador da Umbanda.


Por outro lado, penso que assim tinha que ser, porque ainda hoje, 99 anos após a fundação desta religião, temos uma comprovação histórica da veracidade deste fato, ainda que muitos queiram falar ser a Umbanda originária disto ou daquilo, até mesmo que seja milenar.


Vamos aos fatos históricos. Relatados ao mundo por Pai Ronaldo Linares, pois recebeste esta incumbência do próprio Zélio.


Em 1908, um jovem carioca de 17 anos, se preparava para ingressar na Marinha. De família tradicionalmente católica, seguia sua fé como mandava o figurino. Eis que num determinado momento este jovem começa a ter atitudes e posturas estranhas. Por vezes se posicionava como um velho de linguajar precário e falava sobre ervas e remédios naturais, ora se mantinha como um jovem cheio de vigor e agilidade.


Estes fenômenos começaram a assustar sua família. Sua carinhosa mãe começou a via sacra em busca da cura para o filho que julgava estar louco.


Foi quando sua mãe o encaminhou para o tio médico, Dr. Epaminondas de Moraes, psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após vários dias de observação e exames, não encontrando nada parecido na literatura médica da época, sugeriu à mãe do garoto que o levasse até um padre para fazer exorcismo, pois entendia que o mesmo sofria de uma possessão demoníaca.


Mais um tio de Zélio foi chamado, era padre e acompanhado de outros sacerdotes realizou três exorcismos, no entanto, os “ataques” prosseguiram deixando a família desolada.


Passado um tempo, Zélio foi tomado por uma paralisia parcial, não explicada pelos médicos, vez que não semostrava nenhuma enfermidade. Certo dia Zélio acorda em seu leito e diz: - Amanhã estarei curado! No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido e detalhe, não houve atrofiamento muscular, como é típico em alguém que fica muito tempo deitado.


Sua mãe foi aconselhada a procurar um centro espírita, de pronto negou-se, pois entendia que ele deveria ser curado na sua religião e não tinha que se envolver com estas “coisas de espíritos”. Mas teve que render-se, foi então que procurou a recém fundada Federação Kardecista de Niterói, cidade vizinha de São Gonçalo das Neves, onde residia a famí l ia Moraes. A Federação era então presidida pelo senhor José de Sousa, chefe de um departamento da marinha chamado Toque Toque.


Zélio Fernandino de Moraes foi conduzido àquela Federação no dia 15 de Novembro de 1908, na presença do senhor José de Sousa, em meio aos ataques reconhecidos como mani festações mediúnicas. Convidado, sentou-se à mesa e logo em seguida levantou-se, afirmando que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava o trabalho. Tal iniciativa contrariou todas as normas da instituição o que causou certo tumulto e discussão. Após os ânimos se acalmarem, Zélio foi “tomado” por uma entidade.


José de Sousa, que possuía também a clarividência, verificou a presença de um espírito manifestado através de Zélio e passou ao dialogo a seguir: (este texto abaixo foi extraído das Apostilas do Curso de Formação Sacerdotal da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” e confirmado de forma presencial pelas turmas do 1º ao 4º Barco, ministrado por Pai Ronaldo Linares, na ocasião estes tiveram contato pessoal com Zélio).


“Senhor José: Quem é você que ocupa o corpo deste jovem?


O espírito: Eu? Eu sou apenas um caboclo brasileiro.

Senhor José: Você se identifica como caboclo, mas vejo em você restos de vestes clericais!


O espírito: O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre, meu nome era Gabriel Malagrida, acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da inquisição por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas em minha última existência física Deus concedeu-me o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.


Senhor José: Porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome irmão?


O espírito: Se, julgam atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho (o médium Zélio) para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade, que deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. E se querem saber o meu nome, que seja este: “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, porque não haverá caminhos fechados para mim. Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar até o final dos séculos.


Senhor José: Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?


O espírito: Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei.


No desenrolar da conversa senhor José pergunta se já não existem religiões suficientes, fazendo inclusive menção ao espiritismo.


O espírito: Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre poderoso ou humilde, todos tornam-se iguais na morte, mas vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar estes humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além? Porque o não aos caboclos e pretos velhos? Acaso não foram eles também filhos do mesmo Deus? Amanhã, na casa onde meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar, independente daquilo que haja sido em vida, todos serão ouvidos, nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas a nenhum diremos não, pois esta é a vontade do Pai.


Senhor José: E que nome darão a esta Igreja?

O espírito: Tenda Nossa Senhora da Piedade, pois da mesma forma que Maria ampara nos braços o filho querido, também serão amparados os que se socorrerem da Umbanda.”

Zélio de Morais contou que no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte:


Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia explicar o que se passava comigo. Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta de uma mesa onde se praticava para mim um trabalho desconhecido. Como poderia, aos dezessete anos, organizar um culto?


No entanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e por que dizia. Era uma sensação estranha: uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento. E, no dia seguinte em casa de minha família, na Rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada, 20 horas, já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade dos fatos que foram declarados na véspera, os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos.


Pontualmente às 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou e com as palavras abaixo iniciou seu culto:


"- Vim para fundar a Umbanda no Brasil, aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos de nossa terra, poderão trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto."


O Caboclo estabeleceu as normas do culto: sessões, assim se chamariam os períodos de trabalho espiritual, diárias das 20 às 22 horas, os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito.


O fato de se ter fundado a Umbanda numa sexta-feira fez com que até hoje, tradicionalmente, a maioria dos terreiros trabalhem neste dia.


Ditadas as bases do culto, após responder, em latim e em alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou à parte prática dos trabalhos, curando enfermos e fazendo andar aleijados.


Após a “subida” do Caboclo, manifestou-se uma entidade conhecida como “preto velho” que saindo da mesa se dirigiu a um canto da sala onde permaneceu agachado.


Questionado sobre o porquê de não ficar na mesa respondeu:


“Nego num senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nego deve arespeita”.


Após insistência ainda completou:


"Num carece preocupa não, nego fica no toco que é lugar de nego".


E assim continuou dizendo outras coisas mostrando a simplicidade, humildade e mansidão daquele que trazendo o estereótipo do preto velho, se identificou como Pai Antônio e logo cativou a todos com seu jeito.


Ainda lhe perguntaram se ele não aceitava nenhum agrado, ao que respondeu:


"Minha cachimba, nego qué o pito que deixo no toco, manda moleque busca”.


Esta frase originou o ponto cantado com este texto. Todos ficaram perplexos, estavam presenciando à solicitação do primeiro elemento material de trabalho dentro da Umbanda.


Na semana seguinte todos trouxeram cachimbos que sobraram diante da necessidade de apenas um para o Pai Antônio. Assim, o cachimbo foi instituído na linha de pretos velhos. Pai Antônio também foi a primeira entidade a pedir uma guia (colar) de trabalho.


O pai de Zélio freqüentemente era abordado por pessoas que queriam saber como ele aceitava tudo isso que vinha acontecendo em sua residência. Sua resposta era sempre a mesma, em tom de brincadeira respondia que preferia um filho médium em lugar de um filho louco. Foi um trabalho árduo e incessante para o esclarecimento, difusão e sedimentação da Umbanda.


Dez anos após a fundação da Tenda Nossa Senhora da Piedade (registrada como tenda Espírita, porque não ser aceito na época o registro de uma entidade com especificação de Umbanda), o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que iniciava a segunda parte de sua missão: a criação de sete templos, que seriam o núcleo do qual se propagaria a religião da Umbanda.


Em 1935 , estavam fundados os sete templos idealizados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, sendo curiosa a fundação do sétimo, que receberia o nome de Tenda São Jerônimo (a casa de Xangô).


Faltava um dirigente adequado a mesma, quando numa noite de quinta feira, José Alvares Pessoa, espírita e estudioso de todos os ramos do espiritualismo, não dando muito crédito ao que lhe relatavam sobre as maravilhas ocorridas em Neves, resolveu verificar pessoalmente o que se passava.


Logo que entrou na sala em que se reuniam os discípulos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, este interrompeu a palestra e disse:


"Já podemos fundar a Tenda São Jerônimo e seu dirigente acaba de chegar."


O senhor Pessoa ficou muito surpreso, pois era desconhecido no ambiente e não anunciara a sua visita. Viera apenas verificar a veracidade do que lhe narravam. Após breve diálogo em que o Caboclo das Sete Encruzilhadas demonstrou conhecer a fundo o visitante, José Alvares Pessoa assumiu a responsabilidade de dirigir o último dos sete templos que a entidade criava.

Dezenas de templos e tendas, porém, seriam criados posteriormente, sob a orientação direta ou indireta do Caboclo das Sete Encruzilhadas.


Em 1939, o Caboclo das Sete Encruzilhadas determinou a fundação de uma Federação (posteriormente denominada de União Espírita de Umbanda do Brasil, segundo relata Seleções de Umbanda n.º 7 1975) para congregar templos Umbandistas e ser o núcleo central deste culto, no qual o simples uniforme branco de algodão dos médiuns estabelece a igualdade de classes e a simplicidade permitida pelo ritual.


Enquanto Zélio esteve encarnado foram fundadas mais de 10.000 tendas. Após 55 anos de atividades este entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade à suas filhas Zélia e Zilméia. Mais tarde junto com sua esposa Maria Elizabete de Moraes, médium ativa da tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundou a cabana de Pai Antônio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeiras do Macacu – RJ.


† Zélio Fernandino de Moraes desencarnou no dia 03 de Outubro de 1975. †


A cerimônia fúnebre de Zélio foi celebrada por Pai Ronaldo Linares a pedido de seus familiares.

Suas filhas deram continuidade ao trabalho e a “Tenda Nossa Senhora da Piedade” existe até hoje sob a direção de Zilméia de Moraes.


Nesta história temos o fato histórico da primeira manifestação da Umbanda, o momento em que um Caboclo manifesta-se em uma vertente diferente das conhecidas afro-brasileiras.


Pois é, Caboclos e Pretos Velhos já se manifestavam nos terreiros de Catimbó, de Macumba Carioca e outros. Ficou a cargo do Caboclo Sete Encruzilhadas a separação do joio e do trigo. As manifestações espirituais começaram a se focar na Umbanda, o que facilitou a criação de sua identidade.


Alguns estudiosos defendem que a origem da Umbanda não seria no Brasil, e sim uma ramificação de outros cultos africanos, outras linhas de estudos apontam que ela se originou na Lemuria e Atlântida, vindo a se reapresentar no Brasil na data citada.


Veja o que Pai Ronaldo Linares, Sacerdote de Umbanda e presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, comenta numa entrevista concedida a TV Umbanda Sagrada, ressaltando que Pai Ronaldo conviveu com Zélio, o qual o delegou a função de fazer ser conhecida a história do nascimento da Umbanda.


“- Há um pouco de desinformação, também houve um tempo em que se quis “branquear” a Umbanda, levando a crer que ela se originaria do Hinduísmo, ou do Egito Antigo, enfim… Porém eu fiz uma pesquisa séria aliada a outras e ao que tudo indica não existia nenhuma tenda ou segmento religioso que usasse o nome Umbanda antes de 1908. A Umbanda é um pouco negra, um pouco indígena, um pouco branca, temperada com tudo o que faz parte do povo brasileiro.


O vocábulo Umbanda é africano, e daí? Se 50% da população brasileira é negra e mistos?


Não creio na teoria da Umbanda quadrimilenar, pra mim, Umbanda é o Preto Velho, o Caboclo e a Criança, como ensinou Papai Zélio…”


Pratique Umbanda pela Umbanda e isso basta.


Parabéns Pai Zélio que lá de Aruanda deve se emocionar com este belo exército branco de Oxalá que honra o seu trabalho.

Saravá Umbanda!


terça-feira, 11 de outubro de 2011

O AXÉ ATRAVÉZ DA MEDIUNIDADE

Axé é o fluido cósmico universal. Tudo tem axé: os minerais, as matas, as folhas, os frutos, a terra, os rios, os mares, o ar, o fogo. Todos nós, seres vivos, animamos um corpo físico que é energia condensada, e que também pode ser definido como "uma usina de fluido animal" (um tipo específico de axé), pois estamos em constante metabolismo energético para a sustentação biológica da vida, que é amparada por um emaranhado de órgãos, nervos e músculos, os quais liberam, durante o trabalho de quebra de proteína realizado no interior de suas células, uma substância etéreo-física de que os mentores espirituais se utilizam em forma de ectoplasma.



Durante a manifestação mediúnica no terreiro, são liberadas grandes quantidades de ectoplasma, decorrentes do próprio metabolismo orgânico dos médiuns e da multiplicação celular realizada em nível de plasma sanguíneo (na verdade, uma variedade de axé). Portanto, estamos sempre produzindo novas matrizes celulares, e a cada sete anos, em média, temos um corpo físico "novo". Nossa fisiologia é sensível à produção de um manancial fluídico consistente e necessário, uma espécie de "combustível" indispensável às curas, desmanchos de magias e outras atividades espirituais que ocorrem nas sessões mediúnicas, inclusive as cirurgias astrais.


Essa força fluídica que em tudo está é da natureza universal, independentemente do nome que queiramos designá-la. Os orientais a definem como prana (Palavra de origem sânscrita. Traduzida textualmente quer dizer "sopro de vida", ou energia cósmica e dinâmica que vitaliza todas as coisas e todos os planos de atividade do espírito imortal. Onde se manifesta a vida, aí existe prana. Na matéria, o prana é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustando-as de modo a compor as formas em todos os reinos (mineral, vegetal, animal e hominal). Sem prana, não haveria coesão molecular nem formação de um todo definido. Texto extraído da obra Elucidações do Além, do autor espiritual Ramatís, psicografado por Hercílio Maes, 11ª edição, cap. 18, Editora do Conhecimento. Limeira, SP, 2007).


Numa linguagem mais esotérica, é fruto de variações, no plano etéreo-físico, da energia primordial que sustenta o Cosmo, em maior ou menor nível de condensação, para se manifestar no meio materializado afim. Existe uma natural, permanente e constante permuta de axé entre os planos vibratórios e as dimensões. Liberam axé processos químicos do tipo: decomposição orgânica, evaporação, volatização e corrosão de certos elementos. É possível a liberação de axé do plano físico para o éter espiritual intencionalmente, por meio da queima de ervas e macerações, ou nas oferendas rituais com frutas, perfumes, água, bebidas e folhas.


O axé é importantíssimo para a realização de todos os trabalhos mediúnicos. Na umbanda, o método de movimentação dessa substância difere dos utilizados em outros cultos aos orixás, já que a mediunidade é sua ferramenta propulsora e condutora. É por meio da força mental do médium, potencializada pelos espíritos-guias, que são feitos os deslocamentos de axé-fluido-energia. Os elementos materiais também podem ser utilizados, e então funcionam como potentes condensadores energéticos. Mas não são indispensáveis, pois deve prevalecer o mediunismo, e precisam ser encarados como importantes elementos de apoio, sem que deles criemos uma dependência psicológica ritualística.


Entendemos que o equilíbrio na movimentação de axé se deve ao fato de que são utilizadas quantidades precisas e necessárias à caridade, não existindo excesso ou carência. Sejam os fluidos liberados pelos elementos materiais manipulados, ou pelo axé trazido pelos guias das matas e do plano astral, associado ao fornecido pelos médiuns, não há nenhum excesso. Há de se considerar que uma parcela da assistência é doadora natural de axé positivo, o que se dá em virtude da fé, da veneração e da confiança no congá e nos guias espirituais. Toda a movimentação de axé é potencializada pelos espíritos que atuam na umbanda, falangeiros dos orixás que têm o poder mental para deslocar o axé relacionado com cada orixá e seu sítio vibracional correspondente na natureza. Todos esses procedimentos de atração e movimentação de axé não são baseados em trocas, obrigações, barganhas, "toma lá da cá", e sim na caridade desinteressada. Falar em movimentação de axé sem citar exu é como andar de sapatos sem solas: um faz parte do outro. É exu, enquanto vibração, que desloca o axé entre os planos vibratórios; ele é o elemento dinâmico de comunicação dos orixás que se expressa quando o canal mediunidade é ativado.

Como o axé é o sustentáculo da prática litúrgica umbandista, precisa ser regularmente realimentado, pois tudo o que entra sai, o que sobe desce, o que abre fecha, o que vitaliza se desvitaliza, para haver um perfeito equilíbrio magístico entre a dimensão concreta (física) e a rarefeita (espiritual). Sendo assim, mesmo que não manifestado pelo mecanismo da incorporação, pois existem terreiros que não permitem a manifestação dessa vibratória no psiquismo de seus médiuns, exu é o elo de ligação indispensável no ritual de umbanda. Por isso, não é necessário usar o axé do sangue nos trabalhos, hábito atávico que permanece em outros cultos, os quais respeitamos, sem emitir quaisquer julgamentos, pois não somos juízes de nenhuma religião, embora nossa consciência não aceite a prática de tais atos litúrgicos, mesmo com fins "sagrados".




Na umbanda, o aparelho mediúnico é o meio vitalizador do ciclo cósmico de movimentação do axé, retro-alimentando-o. Sendo usina viva de protoplasma sanguíneo (ectoplasma específico gerado a partir do citoplasma das células), a cada batida do seu coração a energia vital circula em sua aura, através do corpo etérico, repercutindo em extratos vibratórios nos corpos mais sutis, e volatilizando no plano astral. Assim, os espíritos mentores, quais pastores de ovelha tosquiando a lã nas quantidades exatas que se renovarão, apóiam-se nos médiuns que fornecem a energia vital indispensável aos trabalhos caritativos.


Entendemos que o amor dos guias espirituais, enviados dos orixás na prática da caridade umbandista, não combina com a imolação de um animal ou o sacrifício de uma vida para elaboração de uma oferenda votiva com a intenção de estabelecer o intercâmbio com o "divino", objetivando uma troca de axé, ou para atender pedidos pessoais acionados por trabalhos pagos.


Existem espíritos mistificadores, muitos dos quais fazendo-se passar por verdadeiros guias da umbanda, que pedem sacrifícios e comidas, a fim de vampirizar esses fluídos. Estes são dignos de amparo e socorro, que é o que fazem as falanges de umbanda.


Umbanda Pé no Chão - Editora do Conhecimento


Um Guia de Estudo orientado pelo Espírito Ramatis
 
FONTE:www.triangulodafraternidade.com

TOQUES ESPIRITUAIS DO PRETO VELHO AMIGO - PARTE 1 -POR WAGNER BORGES.


(Combatendo as Zicas do Coração)

Meu filho, com esses olhos, “que a terra não comeu”, pois são olhos espirituais, reais, já vi muita coisa. Algumas boas, outras nem tanto, e mais outras que não vale a pena contar. O que passou, passou mesmo. O que ficou foi a experiência das diversas vidas na carne, aliás, muitas delas, tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes.

O que ficou foi o aprendizado e o conhecimento de como é o coração dos homens e suas emoções e vontades. Aprendi a ler a verdade de cada um, por dentro, lá na toca das coisas que não se falam, e que todos escondem muito bem.

Tem muita zica dentro dos corações, meu rapaz. É rolo que não acaba mais!

E coração rançoso e rancoroso, você sabe como é que é, está cheio de irmãozinhos das trevas agarrados nele. Eles se alimentam das emoções podres e dos pensamentos maldosos. E a zica é tanta, que só a pessoa rancorosa é que não vê a energia que está perdendo.

Menino de Deus, como os homens sofrem por causa das emoções podres!

Igualzinho ao corpo carnal, que pode apresentar escaras na pele, devido à falta de movimento em alguma área, o corpo espiritual também tem suas escaras astrais. Porém, essas são causadas pelas emoções podres, estagnadas no meio da alma atormentada e sem centro espiritual.

Falta movimento sutil ali! Falta vergonha na cara para acertar o passo!

Muito disso vem de outras vidas, são escaras do passado, de coisas mal-resolvidas, ainda alojadas no corpo espiritual. Mas, muita coisa é de agora mesmo, é coisa podre dos dias atuais. E o mal-cheiro psíquico exalado atrai os espíritos atormentados e atormentadores, que ficam agarrados em penca na aura da pessoa.

Isso é uma tragédia invisível! É uma doença psíquica que amarra os encarnados e impede os desencarnados carentes de seguirem em frente.

Nosso Senhor Jesus Cristo avisou muitas vezes sobre isso. Ele disse: “Orai e Vigiai!” – Ele sabia do mal que as emoções podres fazem no ser humano.

Todavia, muitos oram de forma egoísta e mecânica, sem coração e sem alma, e outros nem isso fazem, passando ao largo das boas vibrações que poderiam ajudá-los e fortalecê-los. E os que vigiam, raramente se olham por dentro, pois policiam muito mais a vida alheia, e não foi isso que Nosso Senhor ensinou.

Meu amigo, tem tanto espírito agarrado nas pessoas, que há horas em que você não sabe mais quem é quem, de tão entranhados que estão. É um fuzuê energético na aura desses infelizes. Ô coisa feia de se ver!

Mas Nosso Senhor é de uma compaixão infinita. Sob o seu comando, legiões de espíritos de luz vêm ajudando os homens nessas lides do invisível. Sem eles, isso aqui já teria ido para o beleléu! São eles que deslindam as ligações psíquicas daninhas e levam os irmãozinhos das trevas para o Espaço, para serem tratados pelos médicos da luz.

Esses irmãos da luz são os verdadeiros anjos da guarda da humanidade. Pena que os homens se esquecem tão facilmente das bênçãos que recebem. Esses guias e benfeitores espirituais são os trabalhadores de Nosso Senhor, não importa a linha espiritual à qual laboram. Sempre agradeça a eles, pela proteção e luz.

Todavia, se os guias espirituais ajudam, também é verdade que os homens precisam fazer sua parte. Que vigiem e orem, e exorcizem as emoções podres de seus anseios. Que renunciem aos desejos torpes de vinganças. Que esqueçam as ofensas e se dediquem a alguma causa nobre e verdadeira.

Ninguém é vítima do destino! Todos são passíveis de falhas na jornada, como também de atos elevados. E todos são capazes de seguir em frente...

Tem muito coração “zicado” nessa vida dos homens terrestres, e muitos espíritos zangados na cola deles. Ainda bem que, lá da Aruanda, vem aquela luz que ilumina a fé dos filhos que querem a cura do próprio espírito.

Como você escreve sobre as coisas do espírito, fale para as pessoas daquela chuva de luz que os guias produzem sobre as cabeças dos filhos que se esforçam na senda da luz e do bem. Aquela luz de Aruanda... Aquele amor que cura o coração.

Fale das egrégoras invisíveis que sustentam os bons pensamentos e os bons ideais, para que muitos outros se liguem a elas e se protejam das vibrações pesadas.

Filho, olhe essa estrela sobre a sua cabeça. É linda e brilhante. Você sabe o significado dela, e sabe quem a enviou para iluminar o seu caminho. Pense que o brilho e a proteção que dela emanam possam ser irradiados para outras pessoas.

Que Oxalá abençoe as pessoas zicadas e as cure do mal que trouxeram para dentro de si mesmas. Que Ele propicie um momento de despertar para elas.

Fique na paz de Nosso Senhor!

Na luz de Aruanda.

Na fé!

- Pai Joaquim de Aruanda –

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 16 de dezembro de 2005.)

P.S.: Esse recado do preto velho amigo me foi passado extafisicamente, durante uma projeção para fora do corpo denso, enquanto o mesmo dormia no leito. Ao voltar para o físico, corri para o computador para registrar o recado dele, naturalmente com o meu jeito de expressão, mas com o jeitão dele também em algumas expressões, que mantive da forma como ele projetou telepaticamente em minha a mente livre. No entanto, independentemente disso, o importante é o conteúdo da mensagem dele.

Uma hora dessas vou escrever sobre a primeira vez que encontrei esse benfeitor maravilhoso fora do corpo, há muitos anos, numa das experiências mais bonitas de minha vida. Esse espírito bondoso já me ajudou muitas vezes, e sou agradecido a ele por isso. Esclareço, ainda, que não estou ligado a nenhuma doutrina criada pelos homens da Terra. Faço as coisas de forma universalista e não tenho barreiras doutrinárias bloqueando o meu raciocínio e a minha liberdade de expressão. Estou com a mente livre e o coração aberto para tudo aquilo que irradie energias sadias para o progresso da humanidade, independentemente de raça, crença, sexo ou condição social.

Conheço alguns médiuns que têm vergonha de dizer que um de seus guias é uma entidade extrafísica ligada à Umbanda. Felizmente, não é o meu caso nem o de outros sensitivos esclarecidos. É motivo de honra dizer claramente que o pai Joaquim de Aruanda está na área e mandando luz para todo mundo. Como não sou umbandista nem sigo doutrina nenhuma, fico bem tranqüilo para falar desse amigo espiritual, ao qual sou muito grato.

Mais um detalhe: Talvez até pela egrégora do preto velho amigo, fiquei com uma saudade danada de um disco antigo do grupo afro-brasileiro “Os Tincoãs”. Peguei o vinil e coloquei para tocar. E no meio da madrugada silenciosa da grande metrópole de aço e concreto, que me hospeda por um tempo de vida, eu deixei rolar baixinho no som o velho canto da África-Brasil evocando as coisas de Aruanda:

“Meu Pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Yansã.

Ô gira deixa a girar...

Saravá Yansã, e Xangô, e Yemanjá,

Deixa a gira girar...”

* Zica: gíria popular para algo embaçado, grudado, estragado. Popularmente se diz: “o lance deu errado, zebrou, deu zica!” – Por favor, não confundir isso com pessoas que são tratadas carinhosamente pelo apelido de Zica, por motivos diferentes desses assinalados aqui.

* Aruanda: colônia extrafísica situada nos planos espirituais elevados, ligada à egrégora da Umbanda e das hostes de luz. Muitos mentores espirituais elevados trabalham sob os auspícios dessa grande fraternidade do Astral superior.

* "Corpo espiritual" (Cristianismo - Cor. I, cap. 15, vers. 44) –

Sinonímias: "Corpo astral" (do Latim "Astrum": "Estrelado" - Expressão usada pelo grande iniciado alquimista Paracelso, no séc. 16, na Europa, e por diversos ocultistas e teosofistas posteriormente) - "Perispírito" (Espiritismo - Allan Kardec, séc. 19, na França) - "Corpo de luz" (Ocultismo), "Psicossoma" (do Grego: "Psique": "Alma"; e "Soma": "Corpo" - Significa literalmente "corpo da alma" - Expressão usada inicialmente pelo espírito André Luiz nas obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Waldo Vieira, nas décadas de 1950-1960, que atualmente é mais usada pelos estudantes de Projeciologia).

* Egrégora (do grego “Egregorien”, que significar “velar”, “cuidar”): é a atmosfera coletiva plasmada espiritualmente num certo ambiente, decorrente do somatório dos pensamentos, sentimentos e energias de um grupo de pessoas voltado para a produção de climas virtuosos no mundo.

É a atmosfera psíquica resultante da reunião de grupos voltados para trabalhos e estudos baseados na LUZ. Pode-se dizer que toda reunião de pessoas para a prática do Bem e da Virtude (independentemente de linha espiritual) forma uma egrégora específica, uma verdadeira entidade coletiva luminosa, à qual se agregam várias outras consciências extrafísicas alinhadas com aquela sintonia espiritual para um trabalho interdimensional.

Provavelmente foi por isso que Jesus ensinou: "Onde houver dois ou mais em meu nome, aí eu estarei."

Muitos dizem que não se deve misturar egrégoras de trabalhos diferentes, porém, quando o Amor se manifesta, desaparece qualquer ideologia doutrinária, e só fica o que interessa: a LUZ.

O dia em que os homens despertarem para climas mais universalistas e cosmoéticos, com certeza esse mundo será melhor de viver.

Viva a LUZ, pouco importa o nome, o grupo ou a doutrina que fale dela. E viva os mentores espirituais que ajudam a todos, independentemente de credo, raça ou cultura esposada.






VINTE E DOIS TOQUES CONSCIENCIAIS -POR WAGNER BORGES

 (Ponderações Espiritualistas, Simples e Despretensiosas)

1. Tudo tem um duplo!
(A energia é a base de todas as coisas).


2. Emoções estagnadas bloqueiam a circulação sadia das energias.
(Má resolução afetiva = Bloqueios energéticos e Chacra cardíaco esmaecido).


3. As energias seguem os pensamentos.
(Cada um é o que pensa!)


4. Se a mágoa prende as energias, o oposto também é verdadeiro; o perdão libera as energias e faz o coração virar um sol.
(A compreensão enche a aura de luz).

5. Fios energéticos interligam as pessoas. Às vezes, espíritos densos se agarram nesses fios e interagem com as energias, conectando-se psiquicamente com aqueles que estão interligados. Muitas vezes, através dos acoplamentos áuricos negativos entre pessoas, espíritos densos interligam-se a elas e fazem um verdadeiro trampolim energético, pulando de uma para outra. O objetivo desse pessoal pesado é sempre o vampirismo psíquico e o rebaixamento espiritual de todos.
(Por isso o sábio Jesus ensinava que é preciso “orar e vigiar!”).


6. De que adianta uma vestimenta luxuosa, se, por dentro, o coração está miserável?
(A verdadeira roupa do Ser é sua aura, que reflete bem o que cada um pensa, sente e quer da vida e dos outros. Por isso, é essencial encher a aura de luz, diariamente, e lembrar-se da própria natureza espiritual).


7. Da mesma forma que é necessária e vital a higiene diária do corpo físico, assim também é em relação aos corpos sutis.
(Preces, meditações, mantras, contatos com a natureza, e estudos e práticas espirituais sadias renovam as energias dos corpos sutis e tornam a aura uma verdadeira “vestimenta de luz”).


8. Espíritos assediadores não ligam a mínima para a formação acadêmica de ninguém. Eles entram nas energias das pessoas por sintonia com o que elas pensam, sentem e fazem na vida. Não lhes interessa o diploma ou a cultura da vítima de seu vampirismo, pois sempre procuram nela o clima psíquico interno adequado para suas atividades nefandas.
(Esse é um paradoxo curioso: espíritos infelizes, sem formação alguma, conseguem infligir grandes danos psíquicos em técnicos e doutores de várias áreas humanas, simplesmente explorando neles o mais básico: suas emoções mal-resolvidas e seus pensamentos estranhos).


10. Outros paradoxos estranhos: médiuns com medo de espíritos desencarnados; iogues que trabalham com práticas respiratórias, mas que são escravos do fumo; doutrinadores de sessões de desobsessão, que sequer doutrinaram a si mesmos e jamais fazem o que dizem aos espíritos, principalmente perdoar a alguém; passistas, curadores prânicos e reikianos andando no mundo com os chacras das mãos apagados; projetores extrafísicos com medo das saídas do corpo; e espiritualistas variados que sempre falam de vida após a morte, mas não deixam de chorar e visitar tumbas no cemitério no dia de finados.
(E, mais um paradoxo, que nunca consegui entender: estudantes espirituais, de várias linhas, que estudam sobre carma e reencarnação, mas ainda padecem da doença do racismo e do preconceito em seus corações).

11. Ninguém é dono da verdade, mas tem gente que acha que sabe tudo!


E isso só revela o seguinte: dentro da magnitude da vida, em todos os níveis, planos e dimensões, quanto mais se estuda, mais dúvidas aparecem, pois se percebe, claramente, que o que se sabe é bem pouco diante do infinito. Logo, quem estuda a sério e com discernimento das coisas, descobre o óbvio: nunca saberá o bastante, nem em mil vidas...
Em contrapartida, pode descobrir a si mesmo e admirar-se com a grandeza da vida, e isso é mais importante do que os segredos do universo.
(Conhecer a si mesmo é o grande desafio do ser humano).


12. Alguém pode comprar o amor verdadeiro de outro? E que coisa da Terra poderá preencher o vazio existencial do coração?
(Nem bebida nem drogas são capazes de dar o que o próprio coração não descobriu: a arte de ser feliz).


13. Nenhum ser no universo pode dar discernimento a outro. Isso é tarefa íntima e intransferível. É fruto da própria experiência de ousar raciocinar e se erguer para além dos limites sensoriais e dos convencionalismos humanos. Não há nenhuma técnica de despertar da consciência que seja baseada na preguiça e no comodismo.
(Seres de luz podem dar toques conscienciais profundos, mas não podem viver a vida por ninguém).


14. A morte não muda ninguém, só joga a consciência definitivamente para fora do corpo físico, do jeitinho que ela é mesmo, com todas as suas qualidades e defeitos.
(Não, não é a morte que muda a consciência. É a vida. E quem já descobriu isso, não espera a morte chegar para pensar, pois valoriza o tempo de seu viver para aprender o que for possível).


15. A cor da pele dos corpos humanos pode ser amarela, negra, branca ou vermelha, mas a raça do espírito é da luz.
(Qual seria o povo escolhido de Deus, senão todos os seres vivos?).


16. Mais do que ocidental ou oriental, cada ser humano é filho das estrelas.
(Ninguém é estranho. Todo ser vivo é cidadão do universo!).


17. Dizem que “Deus escreve certo por linhas tortas”. Isso é verdade. Ele é muito criativo. Mas bem que o próprio homem poderia escrever melhor nas páginas de sua vida...


(Também dizem por aí que “pau que nasce torto, vive e morre torto”. Isso não é verdade. Uma das grandezas do homem é poder mudar as coisas e transcender os seus parâmetros limitados. Muitas pessoas mudam de vida e se erguem das cinzas de si mesmas, desentortando a própria consciência e melhorando suas jornadas de vida).


18. Amar não é só fantasiar, mas construir e realizar.
(Igual a uma plantinha, um relacionamento precisa ser regado com amor e atenção, senão seca e morre).


19. Envelhecer não é um problema, faz parte do jogo de viver na Terra. É natural.


Porém ver o tempo passar e somente ganhar rugas na cara, sem amadurecer, isso sim é encrenca!
(Há pessoas de idade com expressões joviais no rosto e cheias de vida e de interesse por coisas novas. Em contrapartida, há jovens com expressões envelhecidas e sem tesão de viver. Então, qual é a idade real de alguém? Aquela que se conta no corpo? Ou aquela outra, bem mais linda, que não se conta nas rugas ou nos cabelos brancos, mas no interesse pela vida e no sorriso franco, como a aurora iluminando a cara?


Ah, tem tanta gente de idade que parece criança arteira e, por isso, não parece ter idade alguma, a não ser aquela que sua consciência feliz diz.


E tem tanta gente, supostamente jovem, mais parecendo “fim de feira”, chupada e jogada de lado, sem sonhos e sem vida, só ganhando rugas e sem aurora na cara.


Quem é o velho? Quem é o novo?
Ou, melhor dizendo, quem tem brilho na cara?).


20. A melhor fogueira é a do discernimento, que queima as tolices de dentro do próprio coração.
(Talvez, por isso, Jesus tenha ensinado o seguinte: “De que vale a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder sua alma?”).


21. Séculos antes de Buda e Jesus, Krishna já ensinava que “o espírito é eterno, não nasce e nem morre, só entra e sai dos corpos perecíveis”.
(Será por isso que, toda vez que passo em frente a um cemitério e olho os grandes mausoléus, começo a rir e a lembrar-me de Krishna tocando sua flauta, namorando as gopis e dizendo para Arjuna, o seu discípulo-arqueiro?: “O espírito é imperecível! O fogo não pode queimá-lo; a água não pode molhá-lo; e que arma feita pelo homem poderia destruir o princípio imperecível, que veio da Luz do Infinito?”


22. A missão de todo homem é uma só: viver! E, se puder, fazer o melhor possível.


(Talvez, por isso, o grande sábio chinês Lao-Tzé ensinou o seguinte: “O sábio pode até andar vestido em andrajos, mas ele carrega uma jóia dentro do seu coração”).


P.S.: Escrevi esses toques conscienciais de forma despretensiosa e informal, de improviso mesmo, enquanto preparava o material de um curso aqui em casa. Fui escrevendo... E deu nisso!


Oxalá, os leitores possam peneirar algo bom nessas ponderações conscienciais.


E eu desejo que a cara de cada um vire sol, na aurora de um sorriso...


E que um Grande Amor possa preencher seus corações...






Compreensão e discernimento.


Amor e alegria.


Energias lindas na jornada.


Paz e Luz.


(Dedico esses escritos aos meus amigos espirituais da “Companhia do Amor – A Turma dos Poetas em Flor”, e aos meus amigos Leonardo Dolfini, Frank, Marisa Oliveira, Maísa Intelisano, Beatriz Deak, Vitor Hugo França, Ana Lahis Tano, Maria Sizenanda, Aureo Corrá, Evaldo Ribeiro, Sergio Nogueira Reis, Leandro Dolfini, Eberhard Schoppan, Ismael Ramos, Rafael Cury, Fábio Muranaga, Patrícia Sukha, Luciano Irmaranhão, Regina Defendde, Raquel Mei, Luis Medeiros, Ivan Fernandes, Ricardo Gafanhoto, Dunga, Fernando Cortijos, Nair Cortijos, Fiore e Ana, Jaqueline Mikondo, Enki, Vanderlei Oliveira, Emilio Cid, Simone Schumacher, Washington Lobo Vermelho, Edmilson Federzoni, Sergio Scabia, Rodolfo Fonseca, Wladimir, Janete, Lucas, Sevananda, e tantos outros... Aos quais tenho a honra de chamar de amigos).






- Wagner Borges – sujeito com qualidades e defeitos, eterno neófito do Todo, cada vez mais rindo de si mesmo e com a idade da aurora na cara!


São Paulo, 13 de janeiro de 2009.


SETE REFLEXÕES NA LUZ DO ESPÍRITO - POR WAGNER BORGES

 1. Na Espiritualidade, afirmamos e reafirmamos vários compromissos com a Maturidade Espiritual. Porém, aqui na vida terrena, a todo instante, afirmamos e reafirmamos toneladas de tolices e reclamações.

 2. O ego nos faz ter sonhos de grandeza, mas não passamos de anões espirituais entupidos de emoções inferiores. Somos filhos de Brahman*, mas nosso coração ainda porta as faixas trevosas da mágoa. Será por isso que ainda somos tão ridículos?”


3. Disse-me o Pai Joaquim de Aruanda**: “É bom não bulir com as situações negativas do passado. Esqueça! Ajude as pessoas em tudo que você puder. Se houve algum mal-feito lá atrás, já passou. Toque o barco em frente e deixe as ondas do tempo ajustarem as coisas. Mesmo os melhores erram. Só Deus é perfeito!”

4. O corpo acumula as formas-pensamentos negativas da própria pessoa. Por isso, é vital gostar de si mesmo, sem egoísmos nem auto-imagens ilusórias e se auto-motivar na direção de tudo que é sadio no jogo da vida.

5. Na câmara secreta do coração reside a química que faz a atração real entre um homem e uma mulher. É ali que um interpenetra o outro e encontra sua própria essência na viagem maravilhosa de brilhar em conjunto.

6. O amor não é uma ciência, é um estado de espírito. Não é para ser estudado, é para ser sentido.

7. A grande magia é fazer o Bem sem olhar a quem. É transformarmos nossa mediocridade em autêntica sabedoria. É ampliarmos nosso brilho divino e tratarmos a todos os seres com respeito e amor. Além do mais, somos todos imortais e isso é a maior magia que o Criador nos deixou. Paz e Luz. São Paulo, 10 de junho de 2001.






* Brahman - do sânscrito - O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-Lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos. ** Pai Joaquim de Aruanda – sábio mentor espiritual que trabalha nas linhas extrafísicas da Umbanda. É um dos espíritos mais amorosos que conheço.

O MISTÉRIO POMBAGIRA MIRIM - POR RUBENS SARACENI

O MISTÉRIO POMBAGIRA MIRIM

Devido o pedido de muitas pessoas que receberam os textos sobre os eres e exu mirim, vou discorrer de forma livre sobre a linha das pombagiras mirins, seres encantados tão desconhecidos quanto os exus mirins.

Todos os mistérios da Criação divina sempre mostram-se aos pares ainda que nem sempre isso nos seja visível porque desconhecemos quase tudo sobre eles.

No caso de algumas linhas isso já esta se mostrando e nem nos damos conta do que esta tão visível.

Se não, então vejamos:

Exu do Lodo - Pombagira do Lodo

Exu Veludo - Pombagira Veludo

Exu do Cemiterio - Pombagira do Cemiterio

Exu Sete Encruzilhadas - Pombagira Sete Encruzilhadas

Exu Sete Capas - Pombagira Sete Véus

Exu Cigano - Pombagira Cigana

Exu das Matas - Pombagira das Matas

Exu das Sete Praias - Pombagira das Sete Praias

Exu Navalha - Pombagira Navalha

Exu João Caveira - Pombagira Rosa Caveira, etc..

Nas linhas da direita acontece a mesma bipolarização mas são menos visíveis, até porque quando o caboclo é ativo e (incorporante) a cabocla é passiva (não incorporante) ou seu nome simbólico é diferente do dele, fato esse que dificulta a identificação dos pares de guias da direita.

Pai João do Congo forma par com Mãe ou Vovó Maria Conga.

Pai João do Cruzeiro forma par com Mãe Maria das Almas.

Pai João de Angola forma par com Vovó Maria do Rosario. Etc..

Caboclo das Matas - Cabocla Jurema.

Caboclo Pena Branca - Cabocla Guaraciara.

Caboclo Sete Ondas - Cabocla Yara. Etc..

Bom paremos por aqui senão iremos revelar algo ainda fechado no tocante às linhas da direita, certo?

O fato é que existe toda uma Dimensão da Vida localizada a sete graus à esquerda da Dimensão Humana da Vida, escala essa que é horizontal e cada um dos seus graus contem todo um universo em si mesmo, dentro do qual desemboca toda uma Realidade Divina que começa no interior de Deus, dentro de uma de suas Matrizes Geradoras de Vidas, vidas essas que são geradas aos pares (masculino e feminino).

Portanto, existem 77 dessas Dimensões da Vida que desembocam nesse nosso abençoado planeta e a humana é a de número 21 na escala magnética divina horizontal.

A de nº 20 é a habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Exu e a de nº 22 e habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Ogum, só para que entendam essa escala divina, certo?

Todos os graus abaixo de 21 são classificadas como negativas e as acima são classificadas como positivas.

A partir da compreesão desse mistério intra-planetário então podemos discorrer sobre o mistério Pombagira Mirim pois assim como essa Matriz Divina gera Exu Mirim, também gera um ser feminino em tudo análogo a ele (em poderes e mistérios) e que também se manifesta na Umbanda quando lhe é possível ou permitido, sendo muito comum elas se apresentarem como Pombagiras Meninas.

Em outros casos, apresentam- se como Pombagira Mariazinha (diminutivo de Maria Molambo ou Padilha), etc..

É claro que em um médium só se apresentará um Exu Mirim e a Pombagira Mirim será passiva (não incorporante). Já em uma médium tanto pode incorporar o Exu Mirim quanto a Pombagira Mirim, mas nunca os dois serão ativos e, ou será ele ou será ela que sempre incorporará e trabalhará nas giras de atendimento ao público.

Mas isso não quer dizer que não possa incorporar esporadicamente tanto o exu quanto a Pombagira Mirim em uma gira fechada ( não aberta ao publico).

E antes que alguém pergunte qual é a oferenda para elas, saibam que é igual às das Pombagiras adultas.

É claro que aqui só comentei um pouco sobre as Pombagiras Mirins e há muito mais sobre elas, mas vou parar por aqui senão terei que escrever um livro só sobre esse mistério da Umbanda, certo?

Pai Rubens Saraceni




sexta-feira, 7 de outubro de 2011

QUEM ESTÁ PREPARADO PARA INGRATIDÃO?POR MONICA CARACCIO

Um dia desses, li uma frase que chamou muito minha atenção. Essa frase, se bem me lembro, estava no mural de um Terreiro e dizia: “se você quer trabalhar fazendo a caridade então você precisa estar preparado para lidar com a ingratidão.” Pois é, no primeiro momento que li essa frase foi como se eu levasse um soco no estômago, depois de minutos percebi a grandeza e a verdade dessas palavras.

Quem tem sob sua responsabilidade outras vidas, ou seja, o Sacerdote, Pai espiritual, Madrinha, Dirigente, sabe muito bem o que essa frase representa, sabe muito bem o que é sentir e vivenciar a ingratidão, afinal, o respeito, o carinho, o amor e a admiração duram até o pronunciamento do primeiro NÃO. Simples, não?!? É só dizer NÃO que se perde o valor, a admiração e o Pai de Santo ‘já não presta mais’, aliás esse é um excelente teste de respeito e amor que pode ser feito em qualquer situação: no convívio familiar, no trabalho, antes de formar uma sociedade, no relacionamento amoroso etc, é só dizer NÃO à uma pessoa ou situação e aguardar o resultado. Ah, mas não se preocupe pois o resultado é quase que imediato! O mimo, o vitimismo, o egocentrismo, a prepotência e, porque não dizer, a infantilidade, estão tão enraizados no íntimo de alguns seres humanos que o reflexo ao NÃO é quase que imediato mesmo que ainda inconsciente ou sutil. Mas o pior é que esse reflexo muitas vezes é tão agressivo, é tão evidente e tão expressivo que acaba contaminando pessoas próximas, acarretando a ‘saída’ em massa de médiuns de um Terreiro. É a ingratidão coletiva! É triste ver isso acontecer! Mais triste ainda é ver todo um trabalho espiritual, toda uma ação divina que estava atuando na vida do médium e dos médiuns ser agressivamente rompida pelo egocentrismo humano.

É saber que o Pai de Santo só presta enquanto abaixa a cabeça e concorda com tudo, como que se ele não tivesse direito de comandar seus médiuns e mandar em seu terreiro, como que se ele e todos seus anos de preparo e experiência não representassem nada perto do “médium sabichão”. É índio querendo ser cacique. É ver lobo em pele de carneiro fazendo e desfazendo aquilo que bem quer como se ninguém estivesse vendo, como se não houvesse uma Força Superior que tudo vê, tudo sabe e tudo sente.

É perceber a tristeza das Entidades Espirituais que acompanham aqueles médiuns quando tomam uma atitude dessa. Afinal, nós temos o livre arbítrio, nós podemos ir e vir, mas muitas Entidades não. Muitas vezes elas ficam entregues aos caprichos dos médiuns, pois têm como missão acompanhá-los por todas suas passagens nesse plano. E ai? Será que é muito difícil para os médiuns pensarem nas Entidades que o acompanham nesse momento? Será que é muito difícil pensar em algo maior, em algo que vai além do próprio umbigo?

É preciso sair do egocentrismo e saber que uma atitude pode influenciar muitas coisas, pessoas e espíritos. É importante pensar em um TODO, pensar na capacidade e não no desejo pessoal. E é alicerçado nesse pensamento que

muitas vezes um Pai (e aí pode ser pai de santo, pai carnal ou pai espiritual) diz NÃO a um filho. Pena que esse filho está ainda tão acostumado com mimos e ainda tão preocupado com seu desejo pessoal que acaba perdendo a grande oportunidade de sua vida de aprender, crescer e provar que já é capaz de pensar no TODO.

E aproveitando a inspiração que me causam algumas frases, existem duas que sintetizam muito bem o que estou falando, uma é de um autor francês do século XVIII, Charles Pinot Duclos, que diz: “A ingratidão consiste em esquecer, desconhecer ou reconhecer mal os benefícios, e se origina da insensibilidade, do orgulho ou do interesse.” A outra é minha e me inspira diariamente: “Só nos é permitida a evolução quando nos tornamos capacitados e responsáveis pelos nossos atos.” Portanto, saber OUVIR NÃO é uma grande oportunidade de provar respeito, carinho, amor, e, principalmente, provar que cresceu como ser humano e como ser espiritual, que consegue pensar em todos, em possibilidades, em determinação, em persistência e humildade.

Aceitar “NÃO” é sair do desejo pessoal e entrar no mais importante estágio de evolução. Tenho certeza que os grandes líderes só se tornaram “grandes” e “líderes” depois de terem ouvido muitos NÃOS.

fonte:www.minhaumbanda.com.br