quarta-feira, 9 de março de 2011

Pai Oxumarê-Trono Masculino do Amor - Parte 2



PAI OXUMARÊ - O MISTÉRIO "SERPENTE DO ARCO-ÍRIS"







A serpente como símbolo encerra em si tantos mistérios da natureza que não há como esgotá-los. Poucos animais desfrutam de uma simbologia tão extensa e rica como ela, pois no sentido mítico, no esotérico e no psicológico, praticamente todas as suas características representam algo: a troca de pele todo ano, a língua ameaçadora, o movimento sinuoso, a capacidade de hipnotizar pequenos animais, envolvê-los com seu corpo e matá-los, seu veneno mortal, sua capacidade de sobreviver em diferentes meios (na terra, na água, nas praias, montanhas, desertos e florestas). É um animal ctoniano (subterrâneo ou infernal) e misterioso; pode significar um(a) rival ou instruir os homens nos mistérios divinos.
O símbolo religioso Arco-Íris divino era cultuado pelos antigos magos caldeus, que o receberam como herança religiosa da antiga civilização veda, que o recebera de outra civilização ainda mais antiga. O culto à serpente é imemorial e aparece em diversos povos, como egípcios, gregos, romanos, daometanos, bantos e muitos outros. No passado remoto, ela era símbolo de cura e não de morte. No Ocidente, esse animal é símbolo da malícia e da traição e dos conteúdos do inconsciente, na linguagem psicológica. Os romanos veneravam o destino, sob a forma de uma serpente. Na tradição Oriental, a serpente é apontada como prudência e sabedoria, é associada à sexualidade e representa a energia kundalini, os sábios e os iniciados. Os hebreus consideravam as serpentes as guardiãs do templo e em sua mitologia arcaica elas eram os Serafins. No zodíaco chinês é o sexto signo. No Egito, os faraós, nos rituais especiais e em comemorações religiosas, ostentavam o símbolo sagrado "uraeus", um tipo de coroa de ouro com uma serpente naja na parte frontal, símbolo da iniciação e da sabedoria oculta.Cleópatra, a rainha do Egito, era sacerdotisa do culto à serpente e todos os seus pertences e adornos tinham formato de cobras e similares.Helena Blavatsky, ao fazer referência aos pais da astronomia mística e da cronologia, fala de Nârada ou Pesh-Hum (mensageiro), um antigo Rishi védico, executor e confidente dos decretos universais de Karma e Adi-Buda. É o poder inteligente que impele e dirige os ciclos; é o ajustador do carma, numa escala geral, com a finalidade de dirigir o progresso e a evolução universal. Ele é um dos poucos que visitam as regiões inferiores e aprendeu tudo o que sabe com a Serpente de Sete Cabeças.Cita, também, as criptas subterrâneas de Tebas, no Egito, que se estendiam para o deserto da Líbia, e eram conhecidas como as catacumbas ou passagens da Serpente. Ali eram realizados os sagrados mistérios do Kuklus-Anagkês (ciclo inevitável) ou 'círculo da necessidade', destino inexorável de toda alma depois da morte corporal.
O culto à serpente se intensificou no antigo Dahomei, na África ocidental, e lá, Dã, a serpente sagrada, transformou-se no maior símbolo religioso do povo da região. Os yorubás chamaram essa mesma divindade de Oxumaré ou a Cobra Arco-Íris. Segundo o livro O Código de Umbanda, de Rubens Saraceni, Pai Oxumaré, há muitos milênios, regeu uma religião fundamentada nos sete sentidos da vida (as sete irradiações divinas) ou as sete cores do arco-íris, que era de grande alcance. O símbolo sagrado "serpente do arco-íris" "pertenceu à era onde a religiosidade era transmitida pelos magos da natureza. Nas sete cores do arco-íris eles sintetizavam os sete sentidos da vida, em suas inúmeras formas de manifestação: a Fé, o Amor, o Conhecimento, a Razão, a Lei, o Saber e a Geração. A "serpente do arco-íris" tem como significado "a união de todos os sentidos num só, que é o princípio luminoso que preside a evolução da espécie humana", o encontro dos sentidos humano e divino. (Rubens Saraceni, Os Templos de Cristais).
"Um Orixá natural envia para a dimensão humana um de seus tronos ou 'intermediários', onde ele encarna, fundamenta todo um conhecimento religioso, acolhe seus afins que ali estão encarnando ou reencarnando e cria todo um culto de adoração a um orixá natural. Com todos os orixás as coisas aconteceram do mesmo jeito: cada uma das linhas de força enviou, no seu devido tempo, seus intermediários e estes iniciaram todo um culto religioso afinizado com o orixá regente natural de sua linha de origem." ..."Quando uma divindade se 'humaniza', tem início uma religião ou um novo culto religioso". (Rubens Saraceni, O Código de Umbanda).
Não pretendemos fazer referência à todas as culturas que tiveram ou têm na serpente um dos seus mitos ou um de seus mistérios, pois a lista seria muito longa e desnecessária. Apenas indicamos alguns exemplos, para ilustrar a presença do orixá Oxumaré em diversas culturas, desde tempos remotos, mesmo que com outros nomes.


CABOCLOS ARCO-ÍRIS E EXUS SETE COBRAS


No ritual sagrado umbandista, o divino Pai Oxumaré atua nas sete irradiações como elemento renovador, regente do mistério "Arco-Íris" e tem toda uma hierarquia positiva de caboclos e caboclas Arco-Íris. Eles se manifestam na Umbanda através do mistério da Fé, pois todo caboclo Arco-Íris é um semeador da fé. O orixá Oxumaré tem, ainda, uma hierarquia mista, que em seu aspecto positivo forma a linha de caboclos Sete Cobras, que agem em todas as irradiações positivas e em seus pólos ativos. Em seu aspecto negativo, essa hierarquia mista forma a linha dos Exus Sete Cobras, que atuam em todas as irradiações cósmicas; eles são aspectos negativos do mistério Sete Cobras, mas são regidos pelos outros orixás.
"Em verdade não existe um Exu Cobra, mas tão somente um aspecto negativo de Oxumaré que, junto com os aspectos cósmicos dos outros orixás, no Ritual de Umbanda Sagrada, foram todos reunidos sob o nome de "Exu". ..."Os orixás apenas sintetizaram numa só divindade cósmica (Exu) todos os seus aspectos negativos." (Rubens Saraceni - Orixás-Teogonia de Umbanda).


MISTÉRIO OXUMARÉ - "SETE COBRAS"


1) ASPECTOS POSITIVOS OU AMPARADORES REGÊNCIA 2) ASPECTOS NEGATIVOS OU PUNIDORES




1º SERPENTE BRANCA- OXALÁ 1ºCOBRA NEGRA-OMULU

 2ºSERPENTE CORAL- XANGÔ 2° COBRA RUBRA- (KALI YÊ)EGUNITÁ

 3°SERPENTE AZUL-YEMANJÁ 3ºCOBRA RAJADA- IANSÃ


4ºSERPENTE DOURADA-OXUM 4ºCOBRA CINZENTA- OBÁ


5ºSERPENTE VERDE- OXÓSSI 5º COBRA DE DUAS CABEÇAS -NANÃ BURUQUÊ

 6ºSERPENTE VERMELHA-OGUM 6º COBRA ALADA-OÍA


7ºSERPENTE ROXA -OBALUAIYÊ 7º SETE COBRAS- OXUMARÉ


Os mistérios positivos são regidos por orixás universais e assumem cores irradiantes. Os mistérios negativos assumem cores absorventes e são regidos pelos orixás cósmicos. Os temos "serpente" e "cobra" simbolizam as qualidades afins com os campos vibratórios dos orixá e não a conotação de réptil.
No livro Código de Umbanda, mestre Rubens Saraceni escreve que "existe toda uma dimensão natural reservada às 'serpentes'. Mas, elas são criaturas encantadas que não comem e se alimentam das energias elementais ali circulantes. Elas não atacam quem entra na dimensão onde vivem. Muito pelo contrário, fogem de quem estiver vibrando ódio ou rancor e aproximam-se, felizes, de quem estiver vibrando fé e amor."Essa dimensão atende uma das vontades do Divino Criador e é dela que saem as 'almas' que animam os corpos físicos das serpentes que nascem no plano material, que a ela retornam assim que morrem, tomando uma direção diferente da que tomam os espíritos, inclusive em nível evolutivo, pois, após uma 'alma' ofídica fortalecer seu corpo energético no plano material, é enviada a outro orbe planetário, onde, num estágio posterior, servirá à criação divina que lá existe". Conforme as obras do citado mestre Rubens Saraceni, os mistérios da criação encerrados no arco-íris, com suas sete cores, estimuladores da religiosidade nos seres humanos, nunca foram esgotados no plano material.
Justamente por isso, esses mistérios e esse símbolo foram absorvidos pelos regentes planetários e são irradiados pelo Setenário Sagrado, através das religiões naturais. Com suas cores, os sagrados orixás, sintetizam o Arco-Íris sagrado.


A COBRA CORAL.


Na Filosofia oculta, o espírito da vida e da imortalidade era simbolizado pela serpente mordendo a sua cauda, formando um círculo (uroborus).
A serpente que morde o próprio rabo é a cobra-coral, multicolorida, venenosíssima e devoradora de outros ofídios. Esse símbolo, que se perdeu no tempo, mas ainda é encontrado no esoterismo mágico, pertenceu aos já citados magos que receberam há muitos milênios a missão de revitalizar no plano material a tradição do Arco-Íris Sagrado.
No decorrer das eras religiosas, os símbolos sagrados vão sendo substituídos por outros, mas não perdem suas funções. Seus aspectos positivos e negativos permanecem adormecidos e despertam de tempos em tempos, para recolher espíritos retardatários que permaneceram no ciclo reencarnatório. Esse símbolo mágico, a cobra-coral, foi trazido ao plano material há muitas eras e jamais foi recolhido à faixa celestial.
Na Umbanda, está representado pela hierarquia espiritual de caboclos e exus Cobra-Coral. Dizem os magos "que quando a Lei solta uma de suas serpentes mágicas, nem a própria Lei consegue recolhê-la sem antes matá-la. Como a Lei não mata nada, muito menos um de seus mistérios mágicos por excelência, a Coral da Lei continua ativa.
"Afinal, a Cobra-Coral da Lei é a única serpente (simbólica) que consegue anular a grande Cobra Negra sem ter de matá-la: apenas a devora e incorpora seu veneno nas suas listas negras, tornando-se, assim, ainda mais poderosa. "Todo aquele que tiver uma 'coral' à sua direita está sendo amparado pela Lei. E quem a tiver à sua esquerda, pela Lei está sendo vigiado". (Rubens Saraceni, O Código de Umbanda).




A SERPENTE DOURADA


Em uma era fora do alcance da História, foi aberto ao conhecimento humano o símbolo Serpente Dourada e, também, jamais foi recolhido. Ela simboliza o saber puro e é a única que consegue eliminar a Serpente Negra, a ignorância, sem sofrer qualquer contaminação."Todos interpretaram, no decorrer dos séculos, que os egípcios adoravam a serpente. Eis um símbolo revelado agora aos falsos sábios e cegos magos, com a permissão dos vinte e um guardiões da Lei.
A Deusa Dourada, adorada no Egito, nada mais é do que o saber, o conhecimento sobre os mistérios. O saber era e é para os magos da luz como a Serpente Dourada: a quem ela pica, ou dá a vida ou mata por envenenamento."
Eis o seu mistério. Conhecimento: 'Quem conhece não teme e quem sabe ensina", no ascendente. No descendente, diz: 'O saber pode levar à loucura.' ... Quando Eva foi tentada pela serpente no paraíso, deu a vida a um povo. Foi por amor que ela foi picada.
Os sábios puseram uma maçã no meio para simbolizá-la. Aquele que for tentado pelo amor aos símbolos sagrados viverá. Os que forem tentados pelo ódio à Deusa Dourada, à sabedoria, não frutificarão. Resta a cada um ver se será picado para viver ou para morrer." (Rubens Saraceni, Hash Meir, O Guardião dos Sete Portais de Luz).Esse símbolo serpente dourada ou deusa dourada "predominou até a vinda de Akenaton, faraó egípcio, que a substituiu pelo saber do amor e lançou as sementes que germinariam com a vinda do divino mestre Jesus Cristo à Terra". (R. Saraceni, Os Templos de Cristais). Mas, o símbolo permaneceu. O deus Aton, o Divino Criador, Senhor do Céu e da Terra, tinha por símbolo um disco solar, com uma serpente enrolada ao seu redor, portando no pescoço a "chave da vida". A serpente, então, estava ligada à idéia das metamorfoses incessantes pelas quais o homem profano passa e que o iniciado controla.


AS SERPENTES NAS ESFERAS CÓSMICAS


O magnetismo de Oxumaré, ao atuar na vida do ser, "obedece a uma irradiação semelhante às ondas de rádio, que são sinuosas como o rastejar das serpentes. É do tipo de irradiação magnética de Oxumaré que adveio o sincretismo ou identificação com as serpentes. ... Ele rege, com seu magnetismo ondeante, uma dimensão toda ocupada por criaturas que se movimentam como nós vemos as nossas serpentes no solo: sempre ondeando!
"Uma onda fatoral divina é tão completa em si, que rege todas as coisas originadas em sua qualidade; influi sobre a formação de tudo o que tem nela sua origem; alcança tudo e todos em todos os quadrantes do universo, ou da tela plana, que demonstra o lugar ocupado por cada divindade e está presente na vida de todos os seres." (Rubens Saraceni, Gênese Divina de Umbanda Sagrada).
A parte positiva de um fator rege sobre os seres e a razão e a parte negativa rege sobre os instintos e sobre as criaturas que normalmente chamamos de animais irracionais. Por isso, cada orixá tem os seus animais, que em verdade são criaturas instintivas geradas por Deus em suas ondas fatorais."As energias circulantes nas esferas cósmicas (trevas ou inferno), são essencialmente 'humanas', e por isso estimulam os sentidos fazendo com que o latejar íntimo, e até reprimido ou ocultado, vá se dimensionando de tal maneira que em pouco tempo o espírito, antes com sua aparência humana, alterado pelo emocional sobrecarregado, exploda nas mais desumanas aparências. Onde o ser é o que aparenta ser, as desigualdades se acentuam e a moral nivela a todos por baixo. Vítimas e algozes são prisioneiros do meio onde a lei automaticamente os reuniu e aprisionou. ... Desta prisão só sairão quando esgotarem seus acúmulos de energias negativas, anularem seus emocionais, descarregarem em meio aos mais terríveis tormentos seus sentimentos íntimos viciados e viciadores, e o principal: voltarem suas mentes e sentimentos para Deus e para o alto.
Deus é a lei, e foi a lei que ali reteve o ser em desequilíbrio que, devido ao seu magnetismo negativo e seus sentimentos viciados, para a luz não poderia ser conduzido, uma vez que nela não se sustentaria."Nas esferas cósmicas espíritos humanos podem ser aprisionados em corpos plasmados, regredidos à aparência de animais. É comum encontramos cães, serpentes etc ... nos sombrios domínios da lei nas trevas. ... Tais aparências plasmadas ... são abrigos da lei que o auxiliarão até que, apto a retornar ao convívio com espíritos equilibrados, venha a estar."Deus, bondade pura, não castiga ninguém, apenas recolhe na aparência plasmada de uma serpente rastejante os espíritos que, tendo membros, foram para seus semelhantes muito mais perigosos que as mais venenosas serpentes". (Rubens Saraceni A Tradição Comenta a Evolução)


Arroboboi Oxumaré !!!


Fonte : livros citados e Oxumaré-Lurdes de Campos Vieira -Ed.Madras
Fonte:casadaluzdourada.blogspot.com


OXUMARÊ


Oxumarê É a Divindade que está assentada no pólo negativo do Trono do Amor.


É um Orixá Cósmico que atua na vida dos seres para absorver, diluir e corrigir os desequilíbrios no campo do amor e que, ao mesmo tempo, irradia Energias de renovação.


Seus principais Fatores são o Diluidor e o Renovador, pois a Energia de Oxumarê se movimenta por meio de uma onda dupla: uma onda dilui as negatividades dos seres e a outra onda, simultaneamente, os renova.


Essa onda dupla é simbolizada por duas serpentes entrelaçadas num eixo vertical. E aqui surge um dos Mistérios de Oxumarê: o Mistério Cobra ou Serpente. Mas esta “serpente” não se refere ao animal, ao réptil, na verdade ela representa a kundalini, um tipo de Energia que circula no chakra básico. Por outro lado, a serpente é associada à sexualidade, e isso precisa ser mais bem analisado.


A Energia kundalini não é apenas uma energia sexual ou para o sexo. Ela é mais que isso. A kundalini é a Energia da alegria, da satisfação, do prazer de viver- o que certamente pode englobar a sexualidade, mas vai além desse aspecto.


A Energia de Oxumarê tem as qualidades da Energia kundalini e daí vem o fato de Oxumarê ser associado à sexualidade, às vezes até de forma equivocada. Vejamos como atua a Energia de Pai Oxumarê, que tem características da Energia kundalini.


Sabemos que o corpo humano tem 7 chakras principais: coronário, frontal, laríngeo, do coração, esplênico, umbilical e básico. Estes chakras absorvem as Energias Divinas que são vitais para nós e as irradiam para os nossos demais centros energéticos (chakras menores, meridianos etc.), garantindo o equilíbrio e a saúde dos nossos corpos espiritual, mental, emocional e físico.

Pois bem.

A kundalini é a Energia Divina que entra pelo chakra básico. É “a serpente que dorme no chakra básico” e que, ao ser despertada, sobe pela coluna e vai passando pelos demais chakras, num movimento que lembra o da serpente, até chegar ao chakra da coroa. As energias do chakra básico nos dão vitalidade, capacidade de iniciativa; despertam em nós a vontade de fazer, de realizar, de estar presente; dão-nos a capacidade do saber relacionar-se com o mundo. É a chamada Energia terra/céu.


Mas nós recebemos outro tipo de Energia, que entra pelo chakra da coroa e desce para os demais chakras, até chegar ao básico. Essa Energia nos liga ao mais Alto, por meio da Fé, e nos faz buscar transcender as questões meramente materiais. É a Energia céu/terra.


Essas duas Energias se movimentam num eixo magnético vertical que vai do topo da cabeça ao chakra básico, elas descem ao longo da coluna vertebral e alimentam os demais chakras, juntando-se às energias específicas de cada chakra. Dão a sustentação “pela terra” e “pelo céu”.


As energias do chakra básico e as da coroa se encontram no chakra do coração, situado exatamente no meio dos 7 chakras principais. Ali elas são harmonizadas e dali são distribuídas para os demais centros energéticos. Diz o ditado: “o equilíbrio está no meio”... Portanto, o coração bombeia o sangue e também essas Energias, inclusive a kundalini, para todo o nosso corpo. Assim, quando alimentamos sentimentos de amor e de alegria de viver, nós ficamos plenos do equilíbrio das Energias terra/céu e céu/terra. Mas se nos entregamos às mágoas, às decepções e tristezas, nós bloqueamos o chakra do coração e também a livre circulação da kundalini, e enfraquecemos. Por isso se diz que o Amor cura tudo...


Como Trono Masculino do Amor, Pai Oxumarê nos ampara e auxilia em todas as dificuldades no campo do amor, da afetividade no geral e do relacionar-se com o outro; inclusive nas dificuldades referentes à sexualidade. Quando alimentamos ódio, ciúmes, ressentimentos e mágoas, ou dificuldades no campo da sexualidade, por exemplos, podemos pedir a Ele que dilua esses sentimentos negativos e renove o nosso íntimo, curando esses bloqueios indesejáveis. Pois o Divino Oxumarê é também um dos Orixás que compõem o Sagrado Trono Medicinal ou da Cura (ao lado dos Amados Pais Oxalá, Oxóssi, Obaluayê, entre outros).


As “serpentes” de Oxumarê (sua onda dupla) têm relação com a sexualidade neste sentido de equilíbrio: quando nos relacionamos por Amor, o nosso coração ajuda a bombear a kundalini, fazendo-a subir dos dois lados, como duas “serpentes” que se entrelaçam e nos envolvem com as Energia terra/céu (vitalidade, impulso, estímulo, alegria, prazer) e as Energias céu/terra (Fé, autoconfiança, autoestima, integração com o Todo, entusiasmo, êxtase, iluminação). A energia sexual não é apenas para o sexo, é também para todas as atividades criativas e de expansão da consciência.


A onda dupla de Oxumarê lembra o caduceu, símbolo da Medicina e que também aparece nas mãos de Mercúrio. O caduceu é um bastão com duas serpentes entrelaçadas, representando a complexidade do ser humano.


Pai Oxumarê é também considerado o Senhor do Arco-Íris. E aqui temos mais um dos Seus Divinos Mistérios: o Mistério das Cores. Pois o fenômeno do arco-íris revela as 7 cores contidas na luz branca do sol.


O arco-íris surge num dia de sol e chuva forte, aparece logo após a chuva. As 7 cores da luz solar se refletem primeiro no interior das gotas de água da chuva que evaporaram com o calor do sol, e dali elas se refletem no céu, ficando então visíveis aos nossos olhos. Esse fenômeno também simboliza o bem-estar e a alegria que sentimos pela renovação da atmosfera, depois daquela chuva forte.


Num dia de sol e chuva, podemos observar uma cachoeira: quando a água da cachoeira cai, com aquele vapor em torno dela, e a luz do sol bate nas gotas de água suspensas no ar, forma-se o arco-íris, e as 7 cores ficam visíveis no céu.


A cachoeira, nesse ponto em que as águas caem e formam vapor, é um dos pontos de força de Oxumarê. Pois é Oxumarê quem dá cores à Vida e a toda a Criação. Ele é o Senhor do Arco-Íris Divino, que ilumina e renova toda a Criação, “depois de uma chuva forte”, isto é, depois da dificuldade. Isso também pode ser entendido da seguinte forma: quando uma pessoa está triste, desiludida e amargurada, a vida lhe parece sem brilho, fica cinzenta; já quando a pessoa está amando, ela vê alegria e cor em tudo. E assim atua o Divino Pai Oxumarê: diluindo nossas mágoas e tristezas, para nos renovar e reequilibrar, devolvendo o brilho das cores à nossa vida. Ele é o Senhor das 7 cores do Arco-Íris Sagrado. Ele nos renova o íntimo e traz “as cores da Vida” que não estávamos percebendo. Ele é o Grande Renovador das nossas vidas.


Ainda dentro do Mistério das Cores, Oxumarê rege a Linha de Trabalho das Crianças, pois a criança representa o renascimento, a renovação da vida, a pureza, a alegria etc. Num sentido mais espiritualista, leva-nos ao resgate da nossa “criança interior”.


Na obra de Rubens Saraceni, pela Editora Madras, aprendemos que o Orixá Oxumarê é a Renovação contínua, atuando nas nos 7 Sentidos da Vida:


-No Sentido da Fé: renovando a fé e a religiosidade dos seres;


-No Sentido do Amor e da concepção: renovando o amor e a sexualidade dos seres;


-No Sentido do Conhecimento: renovando os conceitos, teorias e fundamentos;

-No Sentido da Justiça: renovando os juízos (padrões de valores, avaliações);


-No Sentido da Lei: renovando as ordenações que acontecem de tempos em tempos;


-No Sentido da Evolução: renovando as doutrinas que aperfeiçoam o saber e aceleram a evolução dos seres;


-No Sentido da Geração: como a renovação da criatividade, ou como o próprio reencarne.


O livro “Lendas da Criação” destaca a interessante “união” ou atuação conjunta dos Orixás Iansã e Oxumarê: Mãe Iansã atua para dar movimento e direcionamento à Criação, enquanto Pai Oxumarê dá ritmo e cadência a esses movimentos. Ela nos direciona e movimenta no caminho da Evolução. Ele impõe ritmo e cadência aos nossos movimentos, diluindo nossos desequilíbrios e renovando os nossos passos, para nos manter em sintonia com o Movimento Perfeito da Criação.


Já o autor Fernando Fernandes nos fala da visão do Candomblé, onde Oxumarê é cultuado como o filho mais novo e preferido de Nanã e irmão de Omolu. Ele participou da criação do mundo, enrolando-se ao redor da Terra, reunindo a matéria e dando forma ao mundo. Rastejando pelo Mundo, desenhou os vales e rios. É a grande cobra que morde a cauda, representando a continuidade do movimento e do ciclo vital.


Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida. Assegura a comunicação entre o mundo sobrenatural, os antepassados e os homens, e por isso é associado ao cordão umbilical. Garante a comunicação entre o céu e a terra e leva a água dos mares para o céu, para que a chuva possa formar-se. É o arco-íris, a grande cobra colorida. A cobra é d’Ele, e por isso no Candomblé não se mata cobra.


Para alguns, Oxumarê seria “homem e mulher”, seis meses homem e seis meses mulher. Mas na Umbanda acreditamos que isso se refere a um ciclo que Ele representa: o ciclo da Vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a Vida se perpetua. Oxumarê é duplo, mas no sentido de que exprime a união dos opostos, que se atraem e permitem a manutenção do Universo e da Vida. Sintetiza também a duplicidade do ser, que é mortal no corpo e imortal no espírito.


Na Umbanda, Oxumarê é cultuado como Trono Masculino do Amor. Portanto, é um Orixá Masculino. Como Divindades de Deus, os Orixás estão além não dos valores e conceitos (e preconceitos) humanos sobre sexualidade ou sobre qualquer outro tema.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUMARÊ



São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e na busca de novas alternativas para o futuro, para cumprir o seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes. São pessoas magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar.


São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar as suas riquezas.


São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém. Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar.


São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objetivos e não medem sacrifícios para alcançá-los.


A dualidade do Orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo ao outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumarê, o Orixá do Movimento.


No Positivo: Tendem à renovação e à mudança, vivem rompendo com o passado e na busca de novas alternativas para o futuro. Pacientes e obstinados na luta pelos seus objetivos, não medem esforços para alcançá-los. São extrovertidos, alegres, amáveis, criativos e curiosos.


No Negativo: Tornam-se apáticos, infelizes, fechados, sombrios, com tendência à autopunição.


Aspecto Físico: Costumam ser magros, ativos, ágeis, de olhos atentos e salientes, difíceis de encarar.


COZINHA RITUALÍSTICA


1) Farofa com banana da terra : Cozinhar ligeiramente no açúcar cristal 2 bananas da terra cortadas em rodelas, e depois misturar a uma farofa de farinha de mandioca, azeite doce, dendê, cheiro-verde. . Servir sobre folha de bananeira regada com mel.


2)Batata doce cozida e amassada. Dar à massa o formato de cobra e regar com mel. Montar sobre folhas de alface ou de batata doce.


3)Quirela de milho amarelo levemente cozida e escorrida. Colocar sobre folha de bananeira. Regar com mel.


4)Feijão fradinho e milho: Cozinhar ligeiramente, só em água e separadamente: uma porção de feijão fradinho e uma porção de milho. Escorrer. Também em separado, leva-se para refogar o feijão e depois o milho, adicionando-se camarões, dendê e cebola. No final, acrescentar cheiro- verde picadinho. Colocar num alguidar ou sobre folha de bananeira: metade com o feijão e a outra metade com o milho.


5) Amendoim torrado, sem casca, regado com mel. Servir em folhas de louro, sobre uma porção de pipoca feita no azeite doce e coberta com coco ralado ou fatiado;


6) Frutas doces, de cores variadas, salpicadas com açúcar cristal colorido ou com balas coloridas (de várias cores, simbolizando o arco-íris). Colocar sobre folhas de louro.

TRONO



Trono Masculino do Amor


Linha:Amor


Fator:Renovador, Agregador


Essência:Mineral/Aquático


Elemento:Água em movimento constante


Polariza com Oxum


Cor:azul turquesa; azul claro; furta-cor; ou as 7 cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul claro, índigo e violeta)


Fio de Contas:Fio de contas coloridas com suas cores ou longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente.


Ferramentas :ibiri, espécie de vassoura feita com nervuras das folhas de palmeiras.

Simbolos:Serpente, Arco-Íris.


Ponto na Natureza:cachoeiras ou rios com correntezas fortes


Flores:Flor do campo coloridas, hortênsia, miosótis, rosas de cor champanhe


Essências:Pedras:fluorita multicolorida, turmalina melancia, opala, quartzo azul claro. Dia indicado para consagração das pedras: sábado. Hora indicada: 18 horas


Metais e Minérios:Latão - antimônio - Dia indicado para a consagração: 6ª-feira. Hora indicada: 14 horas


Saúde:coração, sangue, nervo vago e sistema circulatório


Planeta:Venus


Dia da Semana:Terça Feira


Chacra:cardíaco


Saudação:"Salve nosso Pai Oxumarê!" - Resposta: "Arrobobô, meu Pai!" (ou então: "Salve!").


Bebida:água mineral; água de rio; champanhe rosê


Animais:Cobra


Comidas:banana da terra, maracujá, amendoim, maçã, batata doce, uva rosada, melancia, melão, pepino, pinha, atemóia, graviola, laranjas doces. Geralmente oferendamos duas frutas de cada tipo, ou então em números pares, em razão do simbolismo ligado à onda dupla de Oxumarê e ao sentido da união e da atração de energias. Não se costuma utilizar laranja azeda e frutas ácidas.


Números:14

Data Comemorativa:24 de agosto


Sincretismo:São Bartolomeu.


Incompatibilidades:Sal, Água Salgada

Fonte:www.seteporteiras.org.com




























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